Há 19 anos, Plutão deixou de ser o nono planeta do Sistema Solar para receber um novo rótulo: o de “planeta pigmeu”. A decisão foi tomada em 24 de agosto de 2006 pela União Astronômica Internacional (IAU), numa votação que gera debate entre cientistas e entusiastas da astronomia até hoje.
A reclassificação mudou os livros didáticos, reescreveu uma vez que aprendemos sobre o espaço e abriu discussões sobre o que realmente significa ser um planeta. Para muitos, foi também o início de uma relação de nostalgia com o pequeno mundo gelado na periferia do Sistema Solar.
Por que Plutão foi ‘rebaixado’ para planeta pigmeu
De pacto com a Nasa (via National Geographic), a mudança no status de Plutão aconteceu posteriormente missões astronômicas encontrarem outros corpos muito semelhantes a ele no Cinturão de Kuiper – região repleta de asteroides além da trajectória de Netuno.
Esses objetos, chamados de transnetunianos ou plutoides, colocaram em xeque a exclusividade de Plutão uma vez que “planeta solene”.
A IAU logo revisou as regras que definem o que é um planeta. Três critérios foram estabelecidos:
- Objeto precisa orbitar o Sol;
- Deve ser esférico por justificação da própria sisudez;
- Precisa “limpar sua vizinhança”, ou seja, ter força gravitacional suficiente para não dividir sua trajectória com outros corpos.
Plutão atende aos dois primeiros pontos, mas lacuna no terceiro. Ele não exerce domínio sobre a região em que está inserido. Na verdade, divide espaço com inúmeros outros astros do Cinturão de Kuiper. Por isso, foi reclassificado uma vez que planeta pigmeu em 2006.
O peso da invenção de Éris
A decisão também foi influenciada pela invenção de outros objetos próximos, entre eles o planeta pigmeu Éris.
Encontrado em 2005, Éris tem praticamente o mesmo tamanho de Plutão e se tornou um dos principais argumentos para revisar a classificação.
Se Plutão fosse mantido uma vez que planeta, dezenas de novos “planetas” teriam de ser incluídos nos livros didáticos.
No entanto, a reclassificação dividiu a comunidade científica. Alan Stern, pesquisador da Nasa e líder da missão New Horizons, por exemplo, criticou a votação da IAU.
Stern lembrou que menos de 5% dos astrônomos participaram da decisão. Para ele, os critérios são ambíguos. Isso porque até planetas gigantes, uma vez que Júpiter, compartilham suas órbitas com milhares de asteroides.
Por outro lado, Mike Brown, da Caltech (responsável pela invenção de Éris), defendeu a mudança uma vez que um exemplo do processo de autocorreção da ciência.
Planeta pequeno, mas referto de curiosidades
Plutão foi revelado em 1930. O nome foi sugerido por uma moçoila inglesa de 11 anos, Venetia Phair, que associou o planeta ao deus romano do submundo. O gesto se tornou um caso único na história da astronomia.
Apesar do tamanho reduzido, Plutão apresenta uma geologia variada: vales, montanhas, planícies e crateras, com indícios da existência de geleiras.
Ele orbita a respeito de 5,9 bilhões de quilômetros do Sol, numa trajetória excêntrica que leva aproximadamente 248 anos terrestres para se completar.
As temperaturas no planeta pigmeu chegam a -232 °C, o que o torna inóspito para a vida uma vez que conhecemos. Sua atmosfera é fina e composta por metano, nitrogênio e monóxido de carbono.
Com relâmpago de 1.151 quilômetros, Plutão tem unicamente um sexto da largura da Terreno. Seus dias também são peculiares: uma rotação completa leva muro de 153 horas.
Assim uma vez que Vênus e Urano, o planeta pigmeu gira de leste a oeste, mas com uma inclinação de 57° em relação ao projecto orbital.
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Outro destaque são suas cinco luas conhecidas: Caronte, Estige, Nix, Kerberos e Hidra.
Caronte é a maior delas, com metade do tamanho de Plutão. E forma com ele um sistema quase binário. Isso porque sua trajectória tem o mesmo período de rotação que o planeta pigmeu.
Mesmo rebaixado, Plutão continua sendo um planeta querido do Sistema Solar. A decisão de 2006 não apagou sua valor científica. Pelo contrário, ajudou a penetrar horizontes sobre a heterogeneidade de corpos no espaço profundo. E, para muita gente, Plutão segue guardado no coração uma vez que “o nono planeta”.
Nascente: Olhar Do dedo
