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terça-feira, agosto 26, 2025

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Entenda como os “fatbergs” ameaçam sistemas de esgoto

Volumosos, pegajosos e um pesadelo para o sistema de esgoto de qualquer cidade. Os “fatbergs“, ou icebergs de gordura, estão a poucos metros de profundidade em quase todas as cidades do mundo e isso pode ocasionar problemas que, só agora, as autoridades (nem todas) começaram a se preocupar.

Esses monstros são formados por óleo de cozinha, gordura, sobras de fraldas, lenços umedecidos, sobras de perfume, remédios e todo tipo de material jogando inadvertidamente pelas pessoas nos esgotos, alcançando dimensões imensas e obstruindo as redes, afirma material do New Atlas.

Blocos de gordura se espalham por redes de esgoto no mundo inteiro, causando milhões de reais em prejuízos (Imagem: Will Wright/Universidade RMIT)

A cidade de Novidade York (EUA), segundo a prefeitura, por exemplo, gasta anualmente muro de US$ 18,8 milhões (muro de R$ 102 milhões) removendo fatbergs antes que eles causem problemas maiores. Em Londres (Reino Uno), em 2017, um gigantesco iceberg de gordura alcançou 250 metros de comprimento e 130 toneladas. E, para desobstruir as redes de esgoto, além do moeda envolvido, é preciso monitoramento regular e mão de obra especializada.

No Brasil, entupimentos na rede de esgoto causam um prejuízo de mais de R$ 2 milhões aos cofres da cidade. Segundo o Terreno, o “descarte irregular de gordura, principalmente óleo de cozinha” é o maior responsável por 51% dos entupimentos na rede de esgoto de Curitiba (PR).

Descarte irregular de óleos, sobras de víveres, fraldas, cotonetes e lenços umedecidos, entre outras coisas, é responsável pelo acúmulo de gordura que forma os fatbergs (Imagem: Dmitriy Prayzel/Shutterstock)

Para reduzir esse prejuízo, uma equipe de engenheiros da Universidade RMIT (Austrália) procura formas de reduzir esses acúmulos.

As causas principais para acúmulo de fatbergs são:

  • Descarte inadequado de óleos e gordura;
  • Mistura de águas residuais (projetos que não separam águas de pias e chuveiros das águas de sanitários);
  • Descarte de itens não biodegradáveis, uma vez que lenços umedecidos, cotonetes, absorventes e outros materiais;
  • Falta de caixa de gordura que retenha a gordura antes que ela chegue à rede pública de esgoto.

Formados basicamente de gordura, óleo e graxa (FOG, na {sigla} em inglês), eles se misturam com a chuva de esgoto e o cálcio liberado pelas tubulações de concreto se solidificando com o tempo. E, mesmo que boa segmento desses resíduos seja interceptado antes que cheguem às tubulações de esgoto — o que consegue superar possíveis barreiras —, uma vez que as caixas de gordura, causam grandes estragos.

Pesquisadores construíram um coletor de gordura mais eficiente

Para reduzir os resíduos que chegam às redes de esgoto, a equipe do RMIT desenvolveu um coletor de gordura ainda mais eficiente do que os sistemas atuais. Segundo o New Atlas, por fora, o projeto desenvolvido lembra um coletor normal, mas, internamente, traz uma “série de defletores físicos que diminuem o fluxo de águas residuais e separam partículas maiores de gordura”.

Dr. Biplob Pramanik (à esquerda) e Dr. Nilufa Sultana (à direita) da RMIT ao lado de seu interceptador de gordura avançado com vários defletores para conquistar gordura e graxa (Imagem: Will Wright/Universidade RMIT)

Outrossim, ele adiciona o alúmen, um resultado químico para tratamento de chuva, que aglomera gorduras menores em suspensão e permitem que sejam recolhidas facilmente.

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“Enquanto os interceptadores tradicionais removem exclusivamente muro de 40% da gordura, nosso sistema alcançou até 98% — mesmo quando testado com águas de cozinha reais”, diz a Dra. Nilufa Sultana, principal autora do cláusula que descreve o sistema, publicado na revista ACS ES&T Water.

Ela também destacou que o sistema funciona em altas temperaturas e quando detergente de louça também fluía pelas águas residuais. Sultana explica que a tecnologia “pode ser adaptada a sistemas de gerenciamento de gordura existentes para cozinhas grandes e pequenas”.

Apesar disso, os próprios pesquisadores afirmam que o sistema não é perfeito e que ainda será preciso incorporar “princípios de dinâmica de fluidos para que a remoção de FOG seja aprimorada”, sem que produtos químicos sejam necessários e ele possa ser comercializado de convénio com as regulamentações de infraestrutura pública.

Manancial: Olhar Do dedo

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