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sexta-feira, setembro 19, 2025

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Fumaça de queimadas pode matar milhões; entenda o risco

A fumaça das queimadas, já considerada grave problema de saúde em diversas regiões do mundo, pode se tornar ainda mais mortal nas próximas décadas. Dois estudos publicados nesta quarta-feira (17) na Nature indicam que o progresso do aquecimento global tende a intensificar a frequência e a severidade dos incêndios florestais, aumentando significativamente as mortes relacionadas à inalação da fumaça.

Nos Estados Unidos, a estimativa é de que, até 2050, o país registre tapume de 70 milénio mortes adicionais por ano causadas pela poluição resultante das queimadas, caso as emissões de gases de efeito estufa permaneçam elevadas. Globalmente, o número pode compreender 1,4 milhão de mortes prematuras anuais até o término do século.

Nos EUA, estimativa é de que, até 2050, o país registre tapume de 70 milénio mortes adicionais caso as emissões de gases de efeito estufa não recuem (Imagem: Toa55/Shutterstock)

Fumaça de queimadas: uma vez que a pesquisa chegou a levante resultado

  • Para chegar a essas projeções, cientistas usaram modelos estatísticos e de aprendizagem de máquina com base em dados de emissões de lume entre 2001 e 2021;
  • As informações foram cruzadas com registros de mortalidade nos EUA entre 2006 e 2019. Dessa forma, os pesquisadores calcularam uma vez que a exposição ao material particulado fino (PM2.5) pode impactar a mortalidade futura;
  • No cenário de maior aquecimento, os incêndios poderão provocar 71 milénio mortes extras anuais em meados do século, com a Califórnia liderando a lista de estados dos EUA mais afetados, seguida por Novidade York, Washington, Texas e Pensilvânia;
  • O dispêndio econômico dessas mortes pode ultrapassar US$ 600 bilhões (R$ 3,18 trilhões, na conversão direta) por ano em 2050.

“Nossa pesquisa sugere que os impactos da fumaça das queimadas provocadas pelas mudanças climáticas podem estar entre as consequências mais importantes e custosas do aquecimento no país”, afirmaram os autores do estudo liderado por Minghao Qiu e Marshall Burke, da Universidade de Stanford e de Stony Brook (EUA).

E em graduação global?

Outro estudo, coordenado por Bo Zheng e Qiang Zhang, da Universidade Tsinghua (China), analisou os impactos em graduação global. Utilizando lucidez sintético (IA), os cientistas projetaram as áreas queimadas e as emissões até 2100, simulando a circulação da fumaça e seus efeitos sobre a saúde. As projeções indicam que as mortes prematuras podem crescer seis vezes, atingindo 1,4 milhão de pessoas por ano em cenário intermediário de emissões.

A África aparece uma vez que a região mais vulnerável, com aumento de até 11 vezes nas mortes relacionadas ao lume. Nos EUA e na Europa, o propagação estimado varia de uma a duas vezes, ainda assim em níveis preocupantes. Os estudos não apresentaram projeções específicas para o Brasil.

Outro estudo fez estudo em graduação global, mas não trouxe dados específicos do Brasil (Imagem: Zenobillis/Shutterstock)

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Poluentes na fumaça e riscos à saúde

A fumaça das queimadas é composta por uma mistura tóxica de poluentes que inclui material particulado (PM2.5), monóxido de carbono (CO), compostos orgânicos voláteis (COVs), óxidos de nitrogênio (NOx), ozônio e metais pesados. Entre eles, o PM2.5 é considerado um dos mais perigosos por penetrar profundamente nos pulmões.

De consonância com o pneumologista Frederico Fernandes, presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), o contato com esse tipo de partícula provoca inflamação generalizada, podendo desencadear arritmias, infartos, derrames e aumentar doenças respiratórias crônicas uma vez que asma e bronquite.

“A exposição prolongada ao PM2.5 também pode aumentar doenças respiratórias crônicas, uma vez que asma e bronquite, e está associada a um maior risco de cancro e outras condições crônicas, uma vez que diabetes”, disse o profissional ao g1, que não participou do estudo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a concentração anual média de PM2.5 não ultrapasse 5 microgramas/m³, patamar que é frequentemente superado em episódios de fumaça intensa no Brasil.

Outro poluente preocupante é o monóxido de carbono, gás inodoro e tóxico que, ao se vincular à hemoglobina, impede o transporte de oxigênio no sangue. “Esses elementos desencadeiam uma cascata inflamatória diretamente nas paredes dos brônquios e na vasculatura humana e de outros animais. Os efeitos são graves e podem provocar tanto intoxicações agudas quanto exacerbações de doenças crônicas”, afirmou a pneumologista Margareth Dalcomo ao g1.

A exposição prolongada ao CO pode provocar desde sintomas leves, uma vez que dor de cabeça e náusea, até problemas de memória e complicações cardíacas. Crianças, grávidas e pessoas com doenças respiratórias são principalmente vulneráveis.

Gases tóxicos e outros componentes da fumaça trazem doenças perigosas (Imagem: hayanuphol/Shutterstock)

Os compostos orgânicos voláteis (COVs), também presentes na fumaça, elevam o risco de cancro e comprometem órgãos, uma vez que rins, fígado e sistema nervoso. Fernandes destacou que “o principal problema da exposição crônica aos Compostos Orgânicos Voláteis é o aumento do risco de cancro e o desenvolvimento de doenças pulmonares graves, uma vez que a pneumonia de hipersensibilidade”.

Já os óxidos de nitrogênio e o ozônio estão associados a crises de asma, tosse e falta de ar, principalmente em crianças, além de aumentarem o risco de infecções, uma vez que pneumonia.

Metais pesados, uma vez que chumbo e mercúrio, também são liberados durante as queimadas e podem afetar órgãos vitais, além de terem potencial cancerígeno. “A exposição crônica a esses metais pode ser cancerígena e também pretexto inflamação sistêmica. Ou por outra, aumenta o risco de doenças cardiovasculares e respiratórias crônicas”, alertou Fernandes.


Manadeira: Olhar Do dedo

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