Imagine encontrar alguém idêntico a você, quase porquê um duplo, em qualquer momento da vida. Não se trata de um irmão gêmeo perdido, mas de uma pessoa estranhamente igual surgindo de forma inesperada.
Esse é o concepção de doppelgänger. Muitas vezes associado ao sobrenatural, ele já foi visto porquê presságio de má sorte ou até porquê uma versão sombria de alguém. No uso cotidiano, porém, o termo ganhou um sentido mais vasto e passou a nomear qualquer pessoa com grande semelhança física com outra.
O fascínio pelo doppelgänger se estende além de crenças antigas, aparecendo também na literatura, no cinema e na televisão, além de inspirar pesquisas científicas.
Doppelgänger: origem e etimologia
A termo doppelgänger vem do teuto e significa literalmente “duplo-andarilho” (Doppel + Gänger). O termo foi cunhado pelo romancista Jean Paul em 1796, em sua obra “Siebenkäs”, e descrevia uma réplica fantasmagórica que vagueia de forma autônoma.
Apesar da origem germânica, o concepção de um duplo místico é universal, surgindo em diversas culturas:
- Egito Vetusto: o ka era um espírito duplo que carregava memórias e sentimentos do quidam.
- Mitologia Nórdica: o vardøger era uma entidade que realizava as ações de uma pessoa antes dela mesma, porquê um repercussão do porvir.
- Tradição Islâmica: o qarin é um espírito gêmeo que acompanha cada pessoa, podendo influenciar seus pensamentos para o muito ou para o mal.
No Poente, o termo se popularizou principalmente posteriormente o lançamento de “The Night-Side of Nature” (1848), de Catherine Crowe, que reuniu relatos sobrenaturais e ajudou a difundir o concepção para o público de língua inglesa.
Perspectivas psicológica e psiquiátrica
Na psiquiatria, existe o termo heautoscopia, que descreve a alucinação em que o quidam enxerga a si mesmo à intervalo. Esse fenômeno pode ocorrer em casos de esquizofrenia, enxaquecas com aura e epilepsia, o que pode explicar relatos históricos de encontros com o próprio “duplo”.
Na psicanálise, pensadores porquê Freud e Otto Rank interpretaram a figura do duplo porquê revelação do narcisismo e do libido de imortalidade, mas também porquê um símbolo ligado à morte.
O doppelgänger na cultura popular
Na literatura e no folclore, o doppelgänger é quase sempre visto porquê mau presságio. Encontrar o próprio duplo era sinal de morte iminente.
Entre os relatos antigos, o repórter Goethe disse ter visto sua própria figura cavalgando em direção oposta. Já o poeta inglês John Donne afirmou ter testemunhado o duplo da esposa na mesma noite em que ela perdeu a filha em Paris.
Na literatura
- E. T. A. Hoffmann – O Elixir do Diabo (1815): um duplo comete crimes no lugar do protagonista.
- Edgar Allan Poe – William Wilson (1839): o personagem é perseguido por sua reprodução.
- Fiódor Dostoiévski – O Duplo (1846): um rival idêntico surge para arruinar a vida do protagonista.
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No cinema e na televisão
O concepção de doppelgänger aparece em diversos filmes, porquê:
- “A Dupla Vida de Véronique” (1991), de Krzysztof Kieślowski.
- “O Grande Truque” (2006), de Christopher Nolan.
- “Us” (2019), de Jordan Peele, que popularizou o tema ao mostrar uma família atacada por versões sombrias de si mesma.
- “O Duplo” (2013), com direção de Richard Ayoade e inspirado no romance de Dostoiévski.
Na televisão, o tema é recorrente em séries de fantasia e ficção científica. Em “The Vampire Diaries”, por exemplo, surge a personagem Katherine Pierce, uma réplica destinada ao sacrifício, cuja manipulação a transformou em uma das grandes vilãs da TV.
Também é provável encontrar exemplos em produções porquê “The Twilight Zone”, “Buffy: A Caça-Vampiros”, “Supernatural”, “Twin Peaks” e “The Flash”, além de animes porquê Hunter x Hunter.
Filmes intitulados Doppelgänger
Além de obras que usam a teoria, alguns filmes adotaram o termo diretamente no título:
- “Doppelgänger“ (1969) – ficção científica sobre um planeta gêmeo da Terreno.
- “Doppelganger“ (“Mistério Mortal“/1993) – thriller sobrenatural estrelado por Drew Barrymore.
- “Doppelgänger“ (2003) – de Kiyoshi Kurosawa, sobre um varão confrontado por sua versão sombria.
- “Doppelgänger“ (“Duplo“/2012) – de Juliana Rojas, em que uma professora começa a ser atormentada pela presença de seu duplo.
Nascente: Olhar Do dedo
