Segundo O GLOBO, a Filial Vernáculo de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai publicar, ainda na noite desta sexta-feira (3), uma solução que regulamenta a produção em larga graduação de etanol farmacêutico, substância usada uma vez que contraveneno em casos de intoxicação por metanol. O documento estabelece procedimentos temporários e extraordinários para ampliar a fabricação do chamado etanol injetável.
De entendimento com o Ministério da Saúde, já foram registradas 113 notificações de intoxicação por metanol em seguida ingestão de bebidas alcoólicas em seis estados: São Paulo, Pernambuco, Bahia, Região Federalista e Mato Grosso do Sul. 11 casos foram confirmados, todos em São Paulo.
- Com a novidade solução da diretoria colegiada, a previsão da Anvisa é que a produção possa principiar em larga graduação nos próximos dias e que o contraveneno esteja disponível em até uma semana, segundo o diretor-presidente da escritório, Leandro Safatle;
- Em entrevista ao GLOBO, Safatle explicou que a fabricação do etanol farmacêutico não era regulamentada porque os casos de contaminação por metanol no Brasil eram raros, com média de 20 registros por ano;
- Ele detalhou que o país também não possui autorização para produzir o fomepizol, outro contraveneno utilizado nesses casos. “A produção é mais complexa e não há ainda a possibilidade de produzir o contraveneno localmente a limitado prazo”, disse;
- Segundo o diretor, hospitais, laboratórios e farmácias de manipulação já têm capacidade técnica para fabricar o etanol farmacêutico, mas ainda não em graduação industrial.
“Temos etanol no país para atender aos casos de contaminação. Muitos hospitais universitários já têm qualquer volume desse etanol. O que a gente está fazendo hoje é uma solução para regulamentar a produção desse etanol em graduação industrial, em laboratórios, dando essa capacidade para poder autorizar, viabilizar a produção do etanol em grande graduação”, afirmou Safatle.
O presidente da Anvisa destacou que a medida é uma “sobreaviso” para evitar falta do contraveneno em caso de aumento dos casos de contaminação.
O Ministério da Saúde, em parceria com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), já adquiriu 4,3 milénio ampolas de etanol farmacêutico e está em processo de compra de mais cinco milénio tratamentos, o que equivale a 150 milénio ampolas, para prometer o provisão do Sistema Único de Saúde (SUS).
Leia mais:
Casos só aumentam
Nesta sexta-feira (3), a pasta confirmou novamente os 113 registros de intoxicação, sendo 11 casos confirmados e 102 em investigação. Do totalidade, 101 notificações ocorreram em São Paulo, onde estão todos os casos confirmados até o momento. Há ainda casos em investigação em Pernambuco, Bahia, Região Federalista, Paraná e Mato Grosso do Sul.
Safatle também revelou que um grande laboratório farmacêutico brasiliano se ofereceu para doar etanol ao governo federalista, caso haja urgência. “Um laboratório garantiu que poderia fornecer de perdão para o Ministério da Saúde, fazer uma doação dessa produção para abastecer (a rede pública) caso seja necessário”, afirmou, não revelando o nome do laboratório.
O metanol e o etanol são álcoois semelhantes em figura — ambos incolores e inflamáveis —, mas diferem na elaboração química. O metanol possui um corpúsculo de carbono, enquanto o etanol tem dois.
Apesar da diferença parecer pequena, ela é decisiva: o metanol é altamente tóxico ao organização humano, sendo processado de maneira dissemelhante pelo corpo. A substância é usada em produtos industriais, uma vez que líquidos de limpeza de para-brisas, anticongelantes e combustíveis.
Natividade: Olhar Do dedo
