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quarta-feira, dezembro 24, 2025

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Vacina brasileira de covid ajuda a combater negacionismo, diz ministra

O Brasil publicou leste mês o primeiro item científico sobre testes de segurança envolvendo uma vacina contra a covid-19 totalmente pátrio. Os resultados demonstram que o imunizante, chamado SpiN-TEC, é seguro. A ração avança agora para a temporada final de estudos clínicos e deve estar disponível para a população até o início de 2027.

Desenvolvida pelo Núcleo de Tecnologia de Vacinas da Universidade Federalista de Minas Gerais (UFMG), a vacina conta com recursos do Fundo Vernáculo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Ao todo, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) investiu R$ 140 milhões, por meio da RedeVírus, apoiando desde os ensaios pré-clínicos até as fases clínicas 1, 2 e 3. 

Em entrevista à Dependência Brasil e à TV Brasil, a gerente do MCTI, Luciana Santos, classificou o desenvolvimento do imunizante porquê um tanto revestido de simbolismos em meio à luta contra o negacionismo. Ela se mostrou otimista em relação a uma futura aprovação da ração pela Dependência Vernáculo de Vigilância Sanitária (Anvisa) e citou outras iniciativas de fomento de novas tecnologias em curso no país.

Confira os principais trechos da entrevista:

TV Brasil: Ministra, o que representa o desenvolvimento dessa vacina para a ciência brasileira?
Luciana Santos: Um grande marco da luta contra as evidências científicas e do negacionismo se deu no auge da covid-19, uma pandemia que impactou o mundo todo. No Brasil, tínhamos um gerente de Estado que negava a ciência. E todos nós sabemos os impactos disso: fomos a segunda população do planeta com mais mortes por covid.

Acho que o desenvolvimento dessa vacina se reveste de muitos simbolismos. Primeiro, da capacidade da lucidez brasileira. Nós temos um histórico, através de instituições que são longevas, porquê a Instalação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantan, que, naquele momento de pandemia, acudiram através de transferência de tecnologia, o que salvou o povo brasílio.

Os desafios para as pandemias vão ser cada vez mais urgentes. No caso específico, a SpiN-TEC, do Núcleo de Tecnologia de Vacinas da UFMG, que a gente apoiou com investimentos no montante de R$ 140 milhões, mostra que o Brasil é capaz de produzir soluções brasileiras, da lucidez brasileira.

Penso que é um momento de asserção da premência de virar a página do negacionismo no país e de expressar que a lucidez brasileira resolve questões, resolve problemas. Fico imensamente feliz, orgulhosa e com a certeza de que a gente tem capacidade de enfrentar vários desafios.

A SpiN-TEC é um libelo à lucidez brasileira, 100% produzido no Brasil.

TV Brasil: O fomento do MCTI foi fundamental para o desenvolvimento da vacina. Que outras iniciativas de fomento de novas tecnologias estão em curso para a melhoria da qualidade da saúde pública no Brasil?
Luciana: Uma vez que é um meio de tecnologia de vacinas que, inclusive, funciona em rede, contando com o Parque Tecnológico de Belo Horizonte, esse ecossistema é que faz valer as soluções. São muitas pessoas envolvidas no processo, muitas mãos para chegar a soluções complexas. Lá, nós vamos tratar da malária, da doença de Chagas, doenças propriamente do nosso clima, da nossa floresta tropical. Além das terapias que já existem hoje, nós vamos prometer uma vacina. Tudo isso está em curso. É um tanto muito importante e animador.

Assim, a gente vai poder dar ênfase aos desafios do multíplice industrial da saúde, que são prometer equipamentos, insumos, medicamentos e vacinas que possam enfrentar coisas que são próprias do Brasil, contra as quais só a gente mesmo é que pode apresentar soluções.

TV Brasil: O Brasil vem conquistando cada vez mais reconhecimento no mundo em vários campos da ciência. Um exemplo foi o mapeamento do genoma do coronavírus, realizado pela observador Jaqueline Goes de Jesus. Uma vez que as políticas de fomento podem contribuir para esse processo?
Luciana: O multíplice industrial de saúde engloba desafios propriamente da dimensão de saúde, equipamentos, insumos e medicamentos. Aliás, esse é o segundo déficit da balança mercantil do Brasil, próximo de US$ 20 bilhões. E eles integram a Novidade Indústria Brasil [política industrial lançada pelo governo federal em janeiro de 2024, com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento da indústria nacional até 2033].

É um repto. Uma das escolhas que o Brasil fez foi nos tornarmos independentes, diminuir a nossa subordinação desse conjunto de questões que diz reverência ao povo brasílio. E, com isso, baratear custos, dar mais chegada, facilitar. Só pra dar um exemplo, a produção pátrio do fator recombinante 8, que é um IFA [insumo farmacêutico ativo] de hemoderivados, vai valer US$ 1,2 bilhão a menos na balança mercantil brasileira.

Toda essa agenda que o presidente Lula lidera vai na direção de superar a subordinação, ainda mais no contexto que a gente está vivendo, de muito ataque à nossa soberania. Soberania diz reverência a conseguir prometer que algumas soluções para o povo brasílio a gente não precise importar. Nossa infraestrutura de pesquisa, nossa lucidez, pesquisadores e pesquisadoras, esses milhares de brasileiros e brasileiras que estão nos laboratórios, nos estudos de ciência e tecnologia, nas universidades, produzindo soluções, precisam cada vez mais ter visibilidade pra gente dar valor.

Vacina SpiN-TEC desenvolvida na UFMG, que protege contra mais variantes do vírus da covid-19. Foto: Virgínia Muniz/CTVacinas

Dependência Brasil: A senhora citou um evidente otimismo para levar a vacina até a Anvisa. O governo trabalha com qualquer tipo de prazo para essa aprovação junto à dependência reguladora? Seria um tanto a se esperar ainda leste ano ou em meados do ano que vem?
Luciana: Esse é um debate que todo o ecossistema de medicamentos tem repetido. A premência de a gente dar rapidez, ter corpo, gente suficiente. E a expectativa é que a vacina já vai entrar pra poder fazer a avaliação junto à Anvisa. Eu sou otimista, eu acho que nós vamos conseguir fazer isso de modo a prometer que ela entre em produção ainda no ano que vem.

Dependência Brasil: A gente já tem algumas vacinas produzidas no Brasil. Qual a diferença, exatamente, no caso da SpiN-TEC?
Luciana: A diferença é que não vamos precisar importar insumos ou princípio ativo, que chamam de insumo farmacêutico ativo. No Brasil, a gente pôde produzir, dentro da Fiocruz, por transferência de tecnologia, tanto a CoronaVac porquê a AstraZeneca, cada uma vinda de uma de um país dissemelhante. Agora, não vamos depender de nenhuma transferência tecnológica nem de insumo. Por isso é 100% pátrio. Os insumos utilizados para poder produzir essa vacina são nossos. E a lucidez e a tecnologia adquirida para ter a eficiência da vacina também são brasileiros. Ou seja, zero premência de alguma subordinação de tecnologias.

Com isso, não quero expressar que nós sejamos avessos à pesquisa em rede ou à transferência. Pelo contrário, o mundo precisa de transferência tecnológica. Tanto é que nós estamos sempre dispostos a socializar o que a gente tem de conhecimento de tecnologia. É isso que nos move. Mas ter um tanto 100% pátrio é motivo de esforço de gerações, de muitas mãos que conseguiram prometer isso.

É uma emoção para todos os pesquisadores e pesquisadoras que participaram desse processo. É uma grande conquista, né? De autoestima, de autodeterminação. E a gente poder expressar que, assim porquê a covid, em outras circunstâncias, nós vamos poder nos antecipar às pandemias.

Dependência Brasil: Findadas todas as fases de estudo galeno, com a aprovação da Anvisa, a vacina teria de passar ainda pela Percentagem Vernáculo de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) para ser incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) e passe a fazer segmento do calendário pátrio de vacinação?
Luciana: Ah, certamente. Por fim, o SUS acaba sendo o principal comprador de medicamentos. Até porque ele é um. Só existe no Brasil um sistema que tem porquê pressuposto ser universal, ser gratuito, dar chegada a todo mundo. No caso do meio de tecnologia de Minas, é evidente que não vai ser uma universidade que vai produzir as doses. Ele deu a solução e vai fazer a transferência tecnológica para uma empresa pátrio produzir a vacina.

Manadeira: Dependência Brasil

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