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quarta-feira, dezembro 24, 2025

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Supertempestade de 2024 encolheu camada protetora da Terra em 80%

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A supertempestade geomagnética que iluminou os céus do mundo em maio de 2024 não ficou marcada exclusivamente pelas auroras registradas em latitudes pouco comuns. Pela primeira vez, cientistas conseguiram observar em detalhes uma vez que um evento desse porte afetou a plasmasfera, classe de partículas carregadas que envolve o planeta e atua uma vez que proteção contra radiação espacial. O estudo, publicado pela revista Earth, Planets and Space, mostra que o impacto foi muito maior do que se imaginava.

Durante o período de 10 e 11 de maio, a tempestade — batizada de Gannon Superstorm em homenagem à pesquisadora Jennifer Gannon — atraiu milhões de pessoas para ver auroras do México ao setentrião do planeta. Mas, além do espetáculo visual, o fenômeno comprimiu a plasmasfera a exclusivamente um quinto de seu tamanho normal, resultado que chamou a atenção de especialistas em clima espacial.

Campo magnético da Terreno sofreu potente perturbação durante a supertempestade que ocorreu em 2024 (Imagem: Alones / Shutterstock.com)

Compressão inédita da classe protetora

Esses eventos acontecem quando ejeções de tamanho coronal (CMEs) lançadas pelo Sol atingem o campo magnético terrestre. A interação entre as partículas solares e a plasmasfera provoca um encolhimento temporário dessa classe, que normalmente ajuda a proteger humanos e satélites de radiação mais intensa. Porém, o quanto essa contração poderia chegar nunca havia sido observado com tanta precisão.

A Filial de Exploração Aeroespacial do Japão registrou a supertempestade por meio do satélite Arase. A estudo indicou que o limite extrínseco da plasmasfera caiu de 44 milénio para exclusivamente 9,6 milénio quilômetros supra da superfície terrestre. Embora ainda supra da maioria dos satélites, esse recuo colocou diversas naves em órbitas geossíncronas mais expostas aos efeitos da radiação.

O satélite Arase, do Japão, forneceu as melhores observações de uma supertempestade geomagnética causada por uma ejeção de tamanho coronal solar (Imagem: Institute for Space-Earth Environmental Research-ISEE, Nagoya University)

Auroras em latitudes incomuns

Com a classe mais comprimida, o campo magnético terrestre conseguiu carregar partículas energéticas para regiões mais próximas do equador. Esse deslocamento provocou auroras em áreas que, normalmente, não presenciam esse tipo de fenômeno. Nos Estados Unidos, muitos relataram luz no firmamento até mesmo em estados do sul e no México, ampliando o alcance visual do evento.

Recuperação lenta e efeitos prolongados

Segundo o estudo, o processo de recuperação da plasmasfera levou mais de quatro dias. Esse tempo, duas vezes maior do que em tempestades anteriores, surpreendeu os pesquisadores. A equipe liderada por Atsuki Shinbori, da Universidade de Nagoya, observou que o aquecimento intenso próximo aos polos reduziu a densidade de íons de oxigênio na ionosfera, atrasando o reabastecimento de partículas que sustentam a plasmasfera.

A redução desse material desencadeou o que os cientistas chamam de “tempestade negativa”, que alterou a química da subida atmosfera e prejudicou o retorno da classe protetora à sua quesito normal. Isso impactou a precisão de sistemas de posicionamento uma vez que o GPS, além de interferir em operações de satélites e previsões de clima espacial.

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Implicações para futuros eventos

Os dados obtidos podem ser essenciais caso uma novidade CME atinja o planeta antes que a plasmasfera se recupere completamente. Durante a Gannon Superstorm, houve relatos de falhas elétricas em satélites, perda temporária de sinal GPS e problemas em equipamentos agrícolas que dependem de navegação por satélite. Para cientistas que estudam o tema, compreender melhor esses processos ajuda no desenvolvimento de estratégias de prevenção.

Supertempestade causou falhas elétricas em satélites (Imagem: Elliptic Studio / Shutterstock.com)


Natividade: Olhar Do dedo

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