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segunda-feira, setembro 1, 2025

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Artista com baixa visão fala da potência de pessoas com deficiência

Aos 42 anos, o artista plástico Daniel Freitas expõe seu trabalho com xilogravuras no 69º Congresso Brasiliano de Oftalmologia, em Curitiba. As peças, produzidas desde 2004 uma vez que segmento da série Cordel Urbano, retratam transeuntes, pessoas invisibilizadas e povos originários nas grandes metrópoles brasileiras e suas periferias. Com poucas cores, a arte de Daniel prioriza o amarelo, simbolizando sua quesito de fotobia. 

“O amarelo é também a cor luz do arco-íris. É a cor que está no meio-dia do círculo cromático. Enquanto artista, me encontrei nessa poética. Por ser albino também e ter os cabelos amarelos claros. Estou trazendo a minha vida, a minha história pra poética do meu trabalho.”

Diagnosticado com baixa visão desde o promanação, ele tem hoje muro de 20% de capacidade visual em ambos os olhos. “Não tenho teoria do que seja enxergar mais do que enxergo hoje. Tive um pouco de perda visual atualmente em decorrência da idade, originário, um pouco que, pra mim, tem pesado um pouco”, contou. 

Daniel também foi diagnosticado com nistagmo, quesito oftalmológica que justificação movimentos rápidos, repetitivos e involuntários dos olhos. “Ainda muito que meu cérebro corrige. Não vejo as coisas balançando. Não me incomoda, não atrapalha. O cérebro é incrível. Ele corrige e se adapta a esse tipo de situação”.
 

Obra do artista plástico Daniel Freitas – Foto Paula Laboissière/Dependência Brasil

Oficinas e roboração 

A trajetória de Daniel também passa por centros de reparação para pessoas com deficiência visual. O trabalho começou em 2009, por meio da Associação de Assistência ao Deficiente Visual Laramara, em São Paulo. 

“Tive um projeto confirmado pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo e a contrapartida era dar oficinas de artes. Resolvi dar a oficina para pessoas que enxergam pouco ou zero. Muito pra poder trabalhar a minha própria roboração enquanto pessoa com deficiência”, afirmou. 

“Tive a sorte de nascer em um ateliê de estátua. Lá, minha baixa visão nunca foi uma barreira. Nunca houve nenhum limite posto. Eu não me via uma vez que uma pessoa com deficiência visual. Havia uma negação da minha própria segmento. Estando com outras pessoas com deficiência visual e compreendendo um pouco esse universo, me aceito mais, me compreendo mais dentro das minhas limitações e reconheço a minha potência.”

Material reciclável

Em suas xilogravuras, Daniel não utiliza madeiras nobres, mas sobras de cenário que encontra em caçambas pelas ruas e pedaços de MDF que os amigos guardam porque sabem que servem de matéria-prima expressiva para o artista. “Reutilizo esse material, que normalmente vai pro lixo. Trabalho com ele de novo, ressignificando e dando um novo lugar a ele, que é o espaço da arte”.

Entre os instrumentos utilizados para facilitar com a baixa visão estão lupas e óculos especificamente projetados para que ourives possam trabalhar em joias. “Uso para trabalhar pequenos detalhes da minha gravura. Sem eles, eu unicamente trabalharia contato. Com esse auxílio óptico, consigo ter um resultado e também uma compreensão do que estou gravando ali de forma minuciosa”. 

Artista plástico Daniel Freitas expõe seu trabalho com xilogravuras no 69º Congresso Brasiliano de Oftalmologia, em Curitiba – Foto Paula Laboissière/Dependência Brasil

Congresso de Oftalmologia 

“Em um lugar repleto de médicos, que estão lidando sempre com diagnósticos muito fechados, muitas vezes, não se tem a compreensão da potência de uma pessoa com deficiência visual. O que ela pode, de indumento, atingir ou compreender dentro de um fazer artístico que é extremamente visual, uma vez que o meu trabalho”, destacou Daniel. 

“Entendo que a minha forma de me expressar pode, de alguma forma, sensibilizar também os médicos em relação a uma vez que eles dão esses diagnósticos, o encaminhamento aos centros de reparação, que são pouco conhecidos no Brasil – e os poucos que temos fecham por se crer que não há demanda”, concluiu. 

 

*A repórter viajou a invitação do Parecer Brasiliano de Oftalmologia (CBO).

Nascente: Dependência Brasil

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