Quando foi a última vez que você fez alguma coisa pela primeira vez? A última, eu não sei, mas a próxima, tenho uma sugestão: segunda-feira (20). A não ser que você já tenha visto ao vivo dois cometas riscando o firmamento antes, esta pode ser a sua chance de viver essa experiência pela primeira vez.
Os cometas C/2025 R2 SWAN e C/2025 A6 Lemmon vão passar muito próximos da Terreno, com transmissão em tempo real a partir das 14h30 (horário de Brasília), no meio do Virtual Telescope Project (Projeto Telescópio Virtual) no YouTube, de imagens capturadas pelo conjunto de telescópios robóticos da organização em Manciano, na Itália.
De concordância com um enviado da organização, durante a live, os cometas C/2025 A6 Lemmon e o C/2025 R2 SWAN estarão a 90 milhões e 39 milhões de km do planeta, respectivamente), provavelmente atingindo o pico de luz, o que tornará ainda mais fascinante o espetáculo.
O cometa C/2025 R2 (SWAN) – ou simplesmente R2 SWAN – foi revelado em 12 de setembro de 2025 pelo astrônomo diletante ucraniano Vladimir Bezugly, que notou uma mancha suspeita se movendo em imagens online do Observatório Solar e Heliosférico (SOHO, na {sigla} em inglês), sonda administrada pela NASA e pela Filial Espacial Europeia (ESA).
Mais precisamente, o objeto foi conquistado pelo instrumento Solar Wind ANisotropies (Anisotropias do Vento Solar), uma câmera próprio a bordo do SOHO que mapeia o hidrogênio no vento solar. Isso sugere que esse cometa pode ser rico em tal elemento.
Ao longo das horas e dias que se seguiram em seguida a primeira detecção, ele foi confirmado a partir de observações terrestres por diversos astrônomos, entrando para o catálogo do Minor Planet Center (MPC).
O MPC é o órgão solene da União Astronômica Internacional (IAU) responsável por reunir, verificar e vulgarizar todas as observações de pequenos corpos do Sistema Solar – uma vez que asteroides, cometas e quase-luas.
Segundo dados do “Small Body Database” da NASA, trata-se de um cometa de longo período, que completa uma volta ao volta do Sol aproximadamente a cada 22 milénio anos. “As incertezas ainda são grandes, principalmente em relação ao período orbital, mas já é verosímil declarar que esta será a nossa única oportunidade em vida de observar esse objeto, já que ele só voltará a eclodir por essas bandas do Sistema Solar quando nenhum de nós estivermos mais por cá”, disse Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da SAB, diretor técnico da Rede Brasileira de Reparo de Meteoros (BRAMON) e colunista do Olhar Do dedo.
A aproximação máxima do R2 SWAN com a Terreno foi por volta domingo (12), quando o objeto chegou a 0,25 unidades astronômicas (UA) do planeta – alguma coisa em torno de 37,5 milhões de km. Já uns dias antes e desde portanto, ele tem rendido belas imagens compartilhadas na internet.
Em seguida surpreender observadores com um aumento de luz explosivo, o cometa C/2025 A6 (Lemmon) se consolidou uma vez que a grande surpresa astronômica de 2025. Visto pela última vez há mais de um milênio, esse peregrino cósmico vem oferecendo um espetáculo nos últimos dias.
Revelado em 3 de janeiro de 2025 uma vez que um ponto de luz extremamente fraco, ele parecia talhado a ser somente mais um objeto para telescópios. As previsões iniciais indicavam um luz supremo modesto, em torno da magnitude 9. No entanto, em seguida passar por trás do Sol, o cometa Lemmon ressurgiu em agosto com uma atividade surpreendente, saltando de magnitude 16,5 para 9 em somente um mês.
Agora, a magnitude é de 4.6, com estimativas mais otimistas sugerindo que ele pode atingir um luz de 3.7, ou até mais. Isso o torna facilmente visível a olho nu em locais sem poluição luminosa.
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Hemisfério Setentrião desfruta melhor do espetáculo
O grande show, no entanto, é para os observadores do Hemisfério Setentrião. Desde domingo (12) até 2 de novembro, o cometa Lemmon estará em sua maior aproximação da Terreno e atingirá seu luz supremo.
A trajectória inclinada e retrógrada (no sentido oposto ao dos planetas) do objeto favorece a visualização em latitudes mais altas, onde, em alguns locais, ele se tornará circumpolar – ou seja, sem vanescer no horizonte. Para quem estiver no setentrião, o termo de outubro será o momento ideal para procurar o cometa no firmamento noturno, logo em seguida o anoitecer.
A vez do Brasil: quando e uma vez que observar o cometa no Hemisfério Sul
Para os observadores no Brasil e em outras partes do Hemisfério Sul, a história é um pouco dissemelhante. Durante o pico de luz do cometa, entre outubro e o início de novembro, ele estará em uma posição muito desfavorável para nós, aparecendo muito insignificante no horizonte ou ofuscado pela luz do lusco-fusco. A paciência deverá ser nossa maior aliada.
A janela de oportunidade para o Brasil se abrirá a partir de meados de novembro. Nesse período, o cometa se deslocará para constelações mais ao sul, melhorando sua elevação no firmamento do anoitecer. Ainda assim, as condições não serão tão perfeitas quanto as do setentrião.
O Lemmon estará visível insignificante no horizonte oeste, logo em seguida o pôr do Sol, imerso na claridade residual do lusco-fusco. Para ter sucesso na reparo, será necessário buscar um lugar com horizonte limpo, livre de prédios e árvores, e, fundamentalmente, longe das luzes da cidade.
Recomenda-se o uso de binóculos devido ao insignificante luz do cometa no firmamento crepuscular. Um app de reparo, uma vez que Stellarium, Star Walk ou Sky Safari, pode ser útil para encontrar a posição exata do objeto.
Manancial: Olhar Do dedo
