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sábado, novembro 8, 2025

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Assistência ao parto avança no Brasil, mas pré-natal ainda preocupa

Dados da maior pesquisa sobre parto e promanação no Brasil mostram avanços expressivos na prática hospitalar. A realização de episiotomia, o namoro do via vaginal com bisturi, para supostamente aumentar a via de passagem do bebê, caiu de 47% para 7% nos partos vaginais ocorridos no Sistema Único de Saúde (SUS), em muro de dez anos. Queda semelhante (de 36% para 9%) foi observada na realização da manobra de Kristeller, quando o profissional de saúde sobe sobre a gestante ou empurra a sua ventre com força, para estugar o promanação.

No sistema privado, a redução foi ainda mais expressiva: somente 2% das mulheres que tiveram parto vaginal relataram ter pretérito pela manobra, que é considerada uma forma de violência obstétrica e traz risco para a parturiente e o bebê. Os dados fazem secção da Pesquisa Nascer no Brasil 2, realizada pela Fiocruz, que coletou dados de mais de 22 milénio mulheres entre 2021 e 2023.

Nessa quinta-feira (4), os pesquisadores divulgaram as informações referentes ao estado do Rio de Janeiro e adiantaram algumas informações nacionais, para confrontação. Eles mostram que aumentou a quantidade de mulheres que puderam se cevar e se movimentar durante o parto e que quase todas que pariram no Rio de Janeiro, tanto no Sistema Único de Saúde (SUS), quanto em unidades particulares, optaram por posições verticalizadas, que favorecem a saída do bebê.  

“É uma adesão enorme às boas práticas e uma eliminação de intervenções desnecessárias. No Rio, não tem mais aquela forma de parir, em litotomia, em que a mulher fica com as pernas pra cima, , sem poder fazer força. Acabou. Isso é lindo! É uma mudança de cultura que estamos vendo. Não está perfeito, mas é uma mudança enorme na atenção ao parto, fruto de políticas públicas”, afirmou a coordenadora-geral da pesquisa, Maria do Carmo Leal.

Por outro lado, a proporção daquelas que tiveram entrada à analgesia, para reduzir as dores das contrações, caiu de 7% para 2% no SUS em todo o Brasil, e somente 1% no Rio de Janeiro. Nos serviços privados, a queda pátrio foi de 42% para 33%, chegando a 30% no estado. “Entre as mulheres que entraram em trabalho de parto no Rio de Janeiro, caminhou melhor para o parto vaginal quem fez uso de analgesia, mostrando que talvez tenhamos cá um coligado. Foi quase seis vezes maior a chance de terminar em um parto vaginal”, acrescentou Maria do Carmo.

A pesquisa também mostra que os índices de parto normal e cesarianas permanecem um grande duelo no país. A quantidade de mulheres que passaram pela cirurgia no SUS aumentou de 43% para 48%, comparando com a primeira edição do levantamento, divulgado em 2014.

A coordenadora-geral da pesquisa salvaguarda que, ao menos, a maior secção desse aumento se refere a cesarianas intraparto, ou seja, realizadas posteriormente a mulher entrar em trabalho de parto, que totalizaram 13% no Brasil. Os partos vaginais no SUS somaram 52% no Brasil e 50% no estado.

Já a proporção de cesáreas no sistema privado foi de 81% no país e 86% no Rio de Janeiro, e somente 9% e 7%, respectivamente, foram feitas posteriormente o início do trabalho de parto. Ainda assim, houve ligeiro aumento na quantidade de partos vaginais no Brasil, de 12% para 19%. A recomendação da Organização Mundial da Saúde é que as cirurgias sejam feitas somente em casos de premência e o índice do país não passe de 15%.

O cenário sobre o pré-natal mostrado pela pesquisa, no entanto, não é tão positivo. Apesar de 98,5% das mulheres do Rio de Janeiro terem recebido o seguimento, somente um terço apresentava registro completo de aferição de pressão arterial e exames de glicemia. Esses exames são essenciais para detectar e controlar as duas complicações mais comuns e perigosas da gravidez: a hipertensão e o diabetes. Menos de 34% tiveram receita registrada de ácido fólico, substância necessário para o desenvolvimento neurológico do feto, e somente 31,6% foram vacinadas contra o tétano e a hepatite B, dois dos principais imunizantes que devem ser tomados na gravidez.

Maria do Carmo Leal destaca outras lacunas importantes no desvelo das gestantes de basta risco, ou seja, que já tinham alguma exigência diagnosticada no momento do parto. 

“Setenta e cinco por cento delas nunca fizeram uma consulta com técnico, só na atenção básica. Tem alguma coisa errada cá. Trinta e seis por cento dessas mulheres disseram que a pressão arterial delas não foi medida em todas as consultas e também não tinham examinação de glicemia, uma vez que o recomendado. São mulheres que peregrinaram mais (até serem admitidas para o parto), porque não tinha vaga, mas principalmente porque eram de basta risco e deveriam procurar uma unidade adequada. Peregrinar na hora do parto é tudo que elas não tinham que fazer”.

Manadeira: Sucursal Brasil

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