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segunda-feira, novembro 10, 2025

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Brinquedos vendidos no Brasil têm alto nível de toxicidade

O tempo em que os pais somente temiam que seus filhos engasgassem com pequenas peças de brinquedos ficou para trás. Agora, o risco é outro: contaminação química.

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), em colaboração com a Universidade Federalista de Alfenas (Unifal), identificaram níveis alarmantes de substâncias tóxicas em brinquedos plásticos à venda no Brasil.

Estudo analisou 70 brinquedos produzidos no Brasil e importados e revelou que a maioria apresenta níveis de contaminação química muito supra do permitido (Imagem: bella1105/Shutterstock)

Brinquedos apresentavam níveis de contaminação altíssimos

O estudo, bem pela FAPESP, analisou produtos de fabricação pátrio e importados e revelou que a maioria dos brinquedos avaliados — 70 no totalidade — apresentou concentrações químicas até 15 vezes supra do limite permitido.

O caso mais grave envolve a contaminação por bário: 44,3% dos brinquedos ultrapassaram o limite estabelecido, o que pode levar crianças a desenvolverem problemas cardíacos e neurológicos, porquê arritmias e paralisias.

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Outrossim, 32,9% dos brinquedos apresentaram níveis elevados de chumbo, metal capaz de provocar danos neurológicos, problemas de memória e redução do Q.I. em crianças. Já o antimônio, associado a danos gastrointestinais, e o crômio, que pode contribuir para o surgimento de cânceres, apareceram em 24,3% e 20% das amostras, respectivamente.

Esses dados revelam um cenário preocupante de contaminação múltipla e falta de controle.

Bruno Alves Rocha, professor visitante no Instituto de Química da Universidade Federalista de Alfenas, à Escritório FAPESP

Caso mais grave envolve a contaminação por bário, presente em 44,3% dos brinquedos, mas chumbo, antimônio e crômio também aparecem em concentrações preocupantes (Imagem: Anusorn Nakdee/Shutterstock)

Porquê foi feita a estudo

  • Os brinquedos foram comprados em lojas populares e shopping centers de Ribeirão Preto (SP). Foram escolhidos brinquedos destinados a crianças de zero a 12 anos e que representassem diferentes faixas socioeconômicas, priorizando aqueles que podem ser levados à boca;
  • Para identificar as substâncias químicas, a equipe utilizou espectrometria de tamanho com plasma indutivamente acoplado (ICP-MS), técnica capaz de detectar metais e não metais em concentrações mínimas;
  • Para simular a exposição vocal, aplicou-se digestão ácida assistida por micro-ondas, método que reproduz a liberação de substâncias químicas em contato com a seiva;
  • Foram encontrados 21 elementos potencialmente tóxicos: prata, alumínio, arsênio, bário, berílio, cádmio, cério, cobalto, cromo, cobre, mercúrio, lantânio, manganês, níquel, chumbo, rubídio, antimônio, selênio, tálio, urânio e zinco;
  • Foram criados dois cenários de exposição — um normal e outro de subida exposição. A estudo considerou que o risco varia de conformidade com a concentração dos elementos e o tempo que a muchacho mantém o brinquedo na boca.

Os resultados mostraram que, embora somente uma pequena secção dos contaminantes libere substâncias pelo contato com o suco gástrico — entre 0,11% e 7,33% —, as concentrações totais são preocupantes, já que os níveis de metais foram muito altos.

Pesquisas anteriores já apresentavam resultados alarmantes, com a identificação de substâncias que interferem no sistema hormonal das crianças (Imagem: Igisheva Maria/Shutterstock)

Pesquisadores mapearam a prisão de produção dos brinquedos

O estudo também investigou a origem da contaminação e identificou correlações entre níquel, cobalto e manganês, indicando uma verosímil origem generalidade na fabricação. Uma curiosidade observada foi que brinquedos de cor bege apresentaram concentrações mais altas de metais, possivelmente devido ao fornecedor da tinta usada na pintura.

Em pesquisas anteriores, o grupo já havia detectado substâncias que interferem no sistema hormonal, porquê bisfenóis, parabenos e ftalatos, conhecidos porquê disruptores endócrinos.

Esse não é o primeiro estudo com resultados tão alarmantes, o que só reforça a premência de ações urgentes para proteger a saúde das crianças.

Bruno Alves Rocha, professor visitante no Instituto de Química da Universidade Federalista de Alfenas, à Escritório FAPESP.


Manadeira: Olhar Do dedo

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