A rotina exaustiva e os riscos da profissão têm provocado uma verdadeira crise silenciosa entre os taxistas de Salvador. De acordo com a Associação Geral dos Taxistas (AGT), pelo menos 17 motoristas morreram vítimas de infarto nos últimos dois meses.
O caso mais recente foi o de Almir Pinto Bahia, de 46 anos, encontrado sem vida dentro do próprio carro no estacionamento do Aeroporto de Salvador. Colegas estranharam o tempo em que ele permaneceu parado e, ao verificar, perceberam que ele não respondia. Foi necessário quebrar o vidro do veículo para retirar o corpo.
Segundo representantes da categoria, os motoristas enfrentam jornadas de até 18 horas por dia, má alimentação, ausência de pausas, além de conviverem com hipertensão, diabetes e obesidade, fatores que aumentam os riscos de infarto. O estresse constante também é agravado pela violência: somente em 2025, já foram registrados quase 200 assaltos contra taxistas na capital baiana.
A AGT alerta que a situação exige atenção urgente das autoridades de saúde, com programas de acompanhamento médico, exames periódicos e campanhas de conscientização voltadas aos profissionais, que desempenham um papel essencial no transporte da cidade.