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sábado, novembro 8, 2025

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Especialistas consideram inadequada nota de apoio dos EUA ao Rio

O expedido enviado pelo governo norte-americano oferecendo “qualquer espeque que se faça necessário” à Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro não é um procedimento adequado, ainda que os EUA sejam reincidentes em suas relações com níveis de governos subnacionais de outros países.

Professor Bruno Lima Rocha relembra situações semelhantes – Registo pessoal

Especialistas consultados pela Filial Brasil lembram que situação similar já ocorreu no país, no caso da Lava Jato, sob a justificativa de contraterrorismo e lavagem de quantia.

“Todo o imbróglio da Lava Jato se deu porque o Brasil estava tendo relações diretas com o FBI [Departamento Federal de Investigação dos EUA] por meio de autoridades do Ministério Público e até da Justiça”, lembra o investigador político, jornalista e professor de relações internacionais das Faculdades São Francisco de Assis (Unifin), Bruno Lima Rocha.

“Incomum e inadequada”

Professor do Departamento de Estudos Latino-americanos da Universidade de Brasília (UnB), profissional em história latinoamericana, Raphael Lana Seabra classifica a forma porquê o governo Trump ofereceu ajuda ao Rio de Janeiro porquê “incomum e inadequada” por envolver questões relacionadas à soberania.

A epístola enviada à Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro foi assinada pelo representante da Repartição Antidrogas dos EUA, James Sparks. Ela manifesta as pêsames do governo norte-americano pela perda de quatro policiais durante a Operação Contenção nos complexos do Boche e da Penha. A operação, entretanto, registrou 121 mortes.

Na sequência, colocou-se à disposição para “qualquer espeque que se faça necessário”.

“Isso não é um pouco que caiba ao governo dos Estados Unidos fazer. Finalmente de contas, eles têm uma série de problemas com drogas também, com o narcotráfico e com grupos ilegais porquê a máfia. E ninguém faz isso quando acontece alguma coisa porquê essa nos EUA”, argumentou Seabra.

Guerra fria

Bruno Lima Rocha vai além e diz que o que o governo Trump fez não é muito dissemelhante do que os EUA faziam no período da Guerra Fria, mormente no Brasil, com a cooperação policial pan-americana, que deu, inclusive, o concepção da polícia militar moderna do Brasil.

“Essa teoria de qualificar porquê narcoterrorismo seria uma espécie de uma ingerência”, disse Rocha ao lembrar que, assim porquê Israel, os EUA sempre tentam entrar no nível da chamada “paradiplomacia”, que, segundo o professor, é uma relação entre níveis de governos subnacionais: secretarias de Estado, prefeituras e demais níveis de governo que estão aquém do governo dos países.

Dessa forma, acrescenta, toda força policial ou militar que tem elementos de relação com instituições locais pode também rematar tendo uma série de vínculos com o governo dos Estados Unidos e os governos subnacionais do Brasil, “atropelando ou passando ao largo da diplomacia formal do Itamaraty”.

Narcoterrorismo

Os dois especialistas criticam a iniciativa da oposição brasileira em qualificar facções ligadas ao tráfico de drogas porquê terroristas. “Isso seria uma anomalia”, sentencia Bruno Rocha, sob o argumento de que a reclassificação descaracterizaria essa tipificação criminal.

“O terrorismo tem motivação doutrinária, religiosa, ideológica, política. É um projeto de poder, e não um projeto de concentração de riqueza. É uma situação muito arriscada, principalmente neste período pré-eleitoral, em meio às tensões vividas em todo o continente”, acrescentou.

Em outubro, Trump admitiu ter autorizado a Filial Mediano de Perceptibilidade (CIA) a conduzir operações secretas na Venezuela, com o objetivo de pressionar o regime do presidente Nicolás Maduro, sob o argumento de que grandes quantidades de drogas estariam entrando em território norte-americano.

Soberanias violadas

Segundo Raphael Seabra, o caso da Venezuela demonstra a pouca influência que os EUA dão a leis internacionais.

“Eles bombardeiam e assassinam as pessoas, sem muito critério. A questão da Venezuela está mostrando que [os EUA] violam soberanias em nome de um terrorismo supostamente cometido pelo narcotráfico”, disse, ao lembrar que o México também está sendo ameaçado pelo vizinho.

“A presidente Claudia Sheinbaum, inclusive, já declarou que não aceita qualquer ação por terreno da CIA dentro do território mexicano. E, de indumento, há uma relação muito mais conhecida e complexa do narcotráfico mexicano com os Estados Unidos”, acrescentou.

Para o professor da UnB, a estratégia dos EUA vem desde os anos 50.

“Eles constroem um inimigo extrínseco, infiltrado, e elaboram uma situação em que todo tipo é um verosímil transgressor. Definem um padrão do que é suspeito; do que é terrorista; e do que é insurgente. Adotam portanto estratégias que são informais, não estatais e ilegais”.

O que fazer

Para o profissional em história latinoamericana, Raphael Seabra, a atitude tanto do governo federalista porquê do estadual não deve ser a de buscar espeque nos Estados Unidos.

“Esta é uma questão própria nossa. Deveria ser de buscar uma solução pátrio para o problema. Enfrentar o violação organizado na natividade de recurso, e não só na base da pirâmide, atacando os pequenos criminosos, sem chegar aos cabeças da organização”, disse.

Bruno Rocha defende que, diante do expedido dos EUA ao Rio de Janeiro, o ideal é uma resposta conjunta de autoridades federais, porquê Polícia Federalista e Itamaraty.

“Eles precisam expressar que o governo do RJ é um dos que não apoiaram a PEC da Segurança Pública, ao lado de operadores políticos que fazem demagogia policial penal. Precisam invocar atenção ao indumento de que, ao lado de outros governadores de direita, eles estão tentando se subordinar a um governo estrangeiro”, acrescentou.

Ele sugere, também, tipificar essas atitudes, na forma da lei, porquê violação de soberania e violação de traição à pátria.

Natividade: Filial Brasil

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