Com três edições já realizadas, o programa Lauro Fila Zero ultrapassou a marca de 90 mil atendimentos entre consultas e exames. A Prefeitura comemora os números como um marco para a saúde pública do município, mas por trás das estatísticas positivas surgem denúncias que levantam sérias dúvidas sobre a qualidade dos serviços oferecidos.
Um dos casos mais preocupantes foi revelado em vídeo por uma jovem moradora. Ela relata que a mãe realizou um exame para detecção de câncer dentro do programa, mas o resultado não apontou a doença. Desconfiada do diagnóstico, a família buscou atendimento em São Paulo e recebeu uma notícia devastadora: o câncer já estava em estágio avançado (grau 4).
Além disso, outros pacientes relatam que consultas médicas em algumas especialidades foram extremamente rápidas. Procedimentos que exigiriam ao menos 30 minutos de avaliação eram feitos em apenas 5, levantando a suspeita de que muitos atendimentos serviram apenas para “bater ponto” nas estatísticas oficiais.
Esse conjunto de denúncias expõe uma fragilidade que não pode ser ignorada: não basta quantidade de exames e consultas se a qualidade e a precisão dos serviços são questionáveis. Erros em diagnósticos e atendimentos superficiais podem custar vidas.
Enquanto a Prefeitura anuncia a quarta edição do programa em Portão, moradores pedem não apenas mais atendimentos, mas atendimentos seguros, humanizados e eficazes. Afinal, saúde pública não pode ser medida apenas em números para propaganda política: precisa ser avaliada pelo impacto real e pela confiança que gera na vida das pessoas.
FT: REDES SOCIAIS