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sexta-feira, setembro 5, 2025

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Fundo do mar pode revelar segredos sobre mega-terremotos

Cientistas coletaram amostras do descolamento basal da lapso que se rompeu durante o devastador mega-terremoto do Japão, em 2011

Imagem ilustrativa de uma estrutura no fundo do Oceano (Imagem: Olhar Do dedo)

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Mesmo com todos os avanços tecnológicos das últimas décadas, ainda conhecemos muito pouco sobre o fundo do mar. Além de todas as criaturas pouco ou nunca observadas e de ecossistemas inteiros, estes locais também podem esconder pistas sobre alguns dos terremotos e tsunamis mais poderosos da Terreno.

É por isso que a Expedição 405 do Programa Internacional de Invenção dos Oceanos (IODP) embarcou em uma missão de quatro meses na costa do Japão. A bordo do Chikyu, o maior navio de perfuração científica do mundo, cientistas se uniram a perfuradores experientes para desenredar núcleos de sedimentos de águas profundas.

Núcleos de sedimentos de águas profundas podem fornecer detalhes valiosos sobre os terremotos (Imagem: Menur/Shutterstock)

Vestígios de terremoto no Japão foram analisados

  • Em item publicado no portal The Conversation, Morgane Brunet, pesquisadora da Universidade de Quebec em Rimouski, conta que o trabalho aconteceu nas profundezas da Fossa do Japão, sete quilômetros aquém do nível do mar.
  • Foram coletadas amostras do descolamento basal da lapso que se rompeu durante o devastador megaterremoto de Tōhoku, em 2011.
  • Em 11 de março daquele ano, um tremor de magnitude 9,1 atingiu a costa nordeste do Japão, provocando um tsunami catastrófico.
  • Com mais de 18 milénio vítimas, nascente é considerado o sinistro oriundo mais mortal da história moderna do Japão.
  • O terremoto ainda danificou gravemente a usina nuclear de Fukushima.

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Terremoto seguido de tsunami devastou a costa do Japão em 2011 (Imagem: Santiherllor/ Shutterstock)

Objetivo é se preparar para novos eventos catastróficos

A pesquisadora explica que a ruptura ocorreu ao longo da Fossa do Japão, onde a placa do Pacífico mergulha sob a placa de Okhotsk. Até logo, pensava-se que essa seção rasa de zonas de subducção deslizava lenta e silenciosamente. Mas durante o evento de Tōhoku, mais de 50 metros de deslizamento ocorreram em uma lapso que rompeu o fundo do mar, deslocando enormes quantidades de chuva e gerando o tsunami devastador.

Durante a expedição do IODP 405, nos propusemos a entender as condições que tornam possíveis esses tsunamis. A Fossa do Japão é um laboratório oriundo para investigar os processos fundamentais dos terremotos que desencadeiam tsunamis de grandes proporções. Por esse motivo, perfuramos profundamente a lapso do limite da placa, a zona exata que se rompeu durante o terremoto de 2011. Isso significou perfurar mais de 800 metros aquém do fundo do mar e na própria lapso para restabelecer amostras de rochas e sedimentos.

Morgane Brunet, pesquisadora da Universidade de Quebec em Rimouski

Estudo também pode ajudar a prever tsunamis com maior eficiência (Imagem: FOTOKITA/iStock)

Com os dados coletados, os cientistas agora simularão condições de terremoto usando modelos numéricos ou experimentos para testar uma vez que essas rochas respondem sob pressão. O objetivo é entender uma vez que essas falhas evoluem e uma vez que podemos antecipar e mitigar melhor os impactos de futuros terremotos de megaterremotos.

A Fossa do Japão não é um caso só. As zonas de subducção em todo o mundo, do Chile ao Alasca e à Indonésia, apresentam riscos semelhantes, muitas vezes unicamente ao largo da costa de regiões densamente povoadas. Se o deslizamento raso também pode ocorrer lá, logo nossos modelos atuais e estratégias de preparação devem evoluir de combinação. Nosso objetivo não era unicamente entender por que ocorreu o terremoto de Tōhoku em 2011, mas também ajudar na preparação para o próximo. Ao melhorar as avaliações de risco de tsunami e aprofundar nossa compreensão do comportamento de falhas de mega-terremotos, contribuímos para a construção da resiliência global.

Morgane Brunet, pesquisadora da Universidade de Quebec em Rimouski

Colaboração para o Olhar Do dedo

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federalista do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na espaço desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Feliz e em São Paulo.

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Do dedo.

Nascente: Olhar Do dedo

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