Com a aproximação das eleições, a disputa por espaço político em Lauro de Freitas se intensifica dentro do próprio grupo da prefeita Débora Régis. Dois nomes surgem como pré-candidatos apoiados por ela: o ex-prefeito de Camaçari, Elinaldo Araújo, e o deputado estadual Pedro Tavares. Apesar de partirem do mesmo campo, os dois jogam com armas bem diferentes.
Elinaldo Araújo já se movimenta como alguém que tem muito mais que apoio: tem estrutura, dinheiro e espaço na máquina pública. Foi um dos grandes financiadores da campanha de Régis e, hoje, tem três secretarias sob seu controle direto — Sesp, Seinfra e parte da Saúde — além de influência na comunicação institucional e dentro do próprio gabinete da prefeita. A maioria dos vereadores já gravita em torno dele, sabendo que, por enquanto, é ele quem dita o ritmo do governo.
Pedro Tavares, apesar de ser o nome oficial da prefeita, enfrenta um cenário muito mais difícil. Conta apenas com o apoio formal de uma gestora cada vez mais isolada. Além do desgaste com o funcionalismo público — após cortes de gratificações, demissões e o não pagamento de dezembro —, a prefeita agora enfrenta forte crítica dos comerciantes locais, que vêm amargando prejuízos com o comércio parado. Muitos culpam diretamente a decisão da gestora de demitir milhares de servidores, retirando poder de compra da economia local.
Vale lembrar que em 2018, o único candidato apoiado pela então prefeita Moema Gramacho, Jones Carvalho, obteve apenas 4.763 votos em Lauro de Freitas, mesmo com salários em dia, servidores satisfeitos e sem inflação. Ou seja: apoio de prefeito nem sempre se traduz em voto — especialmente quando o governo enfrenta rejeição popular.
Com esse cenário, fica a dúvida:
Pedro Tavares conseguirá se manter como nome viável apenas com o apoio da prefeita?
Ou Elinaldo, com orçamento, articulação e controle da máquina, sairá com vantagem nas urnas?
A resposta está nas ruas. E, talvez, também nos caixas vazios do comércio local.
