Há 35 anos, a sonda Voyager 1 olhou para trás, a mais de seis bilhões de quilômetros de intervalo, e registrou uma das imagens mais icônicas da história da exploração espacial. Carl Sagan descreveu aquela imagem porquê “um grão de poeira suspenso num relâmpago de sol”. Era a Terreno — o lar de todos que já viveram, amaram e sonharam.
[ “Pálido Ponto Azul”, imagem icônica feita pela Voyager 1 a seis bilhões de quilômetros de distância, que mostra a Terra como um pequeno ponto azul acima e ao centro – Créditos: Voyager 1 / NASA ]
Vista do espaço, a Terreno parece pequena, frágil, isolada. E ainda assim, é tudo o que temos. A Terreno não tem backup. E não conhecemos nenhum lugar no Universo em que possamos restaurar a humanidade, em caso de uma nequice catastrófica com nosso planeta natal.
[ Vista da Terra registrada pela tripulação da Apollo 17 viajando em direção à Lua NASA / Apollo17 ]
Neste momento em que os líderes do mundo se preparam para debater o futro do planeta na COP 30, em Belém, talvez seja o momento ideal para lembrarmos disso: nosso mundo é vasqueiro, e a chance de encontrarmos outro igual é praticamente nula.
O que torna a Terreno tão privativo?
Ela está na intervalo certa do Sol — nem quente demais, nem fria demais. Tem uma atmosfera protetora, rica em oxigênio, e um campo magnético que nos defende da radiação solar. Possui chuva líquida em exuberância e uma Lua que estabiliza sua inclinação, mantendo as estações e o clima previsível.
Tudo nela parece funcionar em simetria, porquê uma orquestra cósmica afinada ao longo de bilhões de anos. Mas basta um único instrumento transpor do compasso, uma nota fora do tom, para o concerto da vida perder o ritmo.
Leia mais:
Mas, nas últimas décadas, um pouco vem desafinando esse estabilidade. Estamos poluindo a atmosfera, o planeta está esquentando, as geleiras derretem, o nível dos oceanos sobe — e os eventos climáticos extremos se tornam cada vez mais comuns. E se um pouco der inexacto com a Terreno, para onde poderemos ir?
Olhemos ao volta…
Marte? Indiferente, sedento, não tem um campo magnético para proteger da radiação e com uma atmosfera rarefeita e tóxica. Vênus? Uma fornalha com 480 °C, pressão atmosférica 90 vezes maior que a da Terreno e nuvens de ácido sulfúrico. Viver lá seria porquê passar férias dentro de uma panela de pressão em incêndio cima.
[ Colonização humana de Marte dependeria de habitats fechados com atmosfera simulada, sistemas de suporte à vida e produção de recursos , algo inviável no momento – Créditos: SpaceX ]
As luas de Júpiter e Saturno, porquê Europa e Titã, são intrigantes — guardam oceanos subterrâneos e compostos orgânicos. Podem até acoitar qualquer tipo de vida, mas são extremamente hostis a uma vida porquê a nossa. Mundos gelados, a centenas de milhões de quilômetros de intervalo, sob espessas camadas de gelo e expostos a radiação mortífero.
Deixar a Terreno para morar em outro mundo hoje seria porquê trocar um cruzeiro no Caribe por uma barraca na Antártica — ou por uma sauna fervendo à borda de um vulcão. Podemos estudar esses lugares, talvez visitar, até sonhar em terraformá-los, mas nenhum deles está pronto para nos receber. O único planeta habitável que conhecemos… é o que habitamos.
E se olharmos ainda mais longe?
Desde a dezena de 1990, já identificamos milhares de exoplanetas — mundos orbitando outras estrelas. Alguns estão em zonas “habitáveis”, onde a temperatura poderia permitir chuva líquida. O problema são as enormes distâncias que nos separam desses planetas. Distâncias impossíveis de serem vencidas com nossa tecnologia atual.
[ Infográfico com 500 exoplanetas descobertos até 2015 – hoje já são mais de 5000, mas nenhum deles acessíveis no momento – Créditos: Martin Vargic ]
Para se ter uma teoria, a Voyager 1, que é nossa nave espacial mais rápida, precisou de 36 anos unicamente para deixar o Sistema Solar, e precisaria de uns 80 milénio anos para chegar à Próxima Centauri, a estrela mais próxima do Sol.
Mesmo que exista um segundo Éden perdido entre as estrelas, ele está muito além do nosso alcance. Nosso lar é leste cá — e o resto, é ficção científica. Ao menos por enquanto.
E não é porque a Terreno foi feita para acoitar a humanidade. Nós humanos é que fomos feitos sob medida para esta Terreno que temos hoje.
Nosso planeta já foi um mundo de lava incandescente. Depois, uma globo de gelo. Já passou por cinco extinções em tamanho, impactos cósmicos e erupções que alteraram completamente o clima. A cada mudança, muitas espécies foram extintas e as mais adaptadas prevaleceram.
oi o clima seguro e pacífico dos últimos dez milénio anos que permitiu que uma espécie progénito dos primatas se desenvolvesse, dominando a lavoura, se estabelecendo em cidades e dando origem à nossa cultura. A humanidade floresceu na primavera geológica terrestre, um vasqueiro pausa de estabilidade planetário. Estabilidade que agora está ameaçado, ao que tudo indica, pelas mãos da própria humanidade.
A Terreno é rara. E viva. Ela não é unicamente um solitário torrão de rocha suspenso na trevas — é um sistema pulsante, onde oceanos respiram, florestas filtram, nuvens reciclam e a vida se adapta porquê uma única rede interligada. Nós fazemos segmento dela. E o que afeta uma segmento, afeta o todo. Por isso, quando fazemos mal ao nosso planeta, estamos maltratando a nós mesmos. Envenenando o único poço de onde bebemos da chuva da vida.
[ Terra, um planeta vivo – Imagem gerada por IA (Chat GPT) ]
A Terreno é o único lugar no Universo que podemos invocar de lar. Um oásis hospitaleiro em meio ao vasto deserto do Cosmos. Nosso planeta não tem backup e antes de querer terraformar Marte ou qualquer outro mundo, nossa melhor opção vai continuar sendo preservar, cá na Terreno, as condições ideias para a vida humana.
Manancial: Olhar Do dedo
