Astrônomos descobriram um intrigante sistema espacial: um pulsar “fugindo” dos sobras da explosão de uma supernova. Chamado de Calvera, essa conjunto de astros impressionou a equipe por estar em uma região vazia da Via Láctea, onde eventos dessa magnitude são extremamente raros.
Esse sistema está localizado a 6,5 milénio anos-luz supra do disco densamente povoado de nossa galáxia, um lugar onde populações estelares são escassas. Por isso foi nomeado de Calvera, uma referência ao vilão do filme “Os Sete Magníficos”, de 1960, já que esse cenário estelar, com um pulsar e uma supernova, está “fora da lei” uma vez que o contraditor desse enredo de velho-oeste.
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Os sobras de supernova que compõem o sistema foram identificados em 2022, com o telescópio Low-Frequency Array (LOFAR). Dentre esses destroços, há um pulsar (uma estrela de nêutrons que gira rapidamente, tapume de 700 voltas por segundo), que os astrônomos também nomearam de Calvera.
Análises anteriores da trajetória desse pulsar revelaram que ele aparenta estar se afastando do núcleo da explosão da supernova. Isso sugere que os destroços do estouro cósmico, na forma de uma mancha de gás e poeira em expansão, e a estrela de nêutrons em fuga estão conectados, tendo origem na morte de uma estrela massiva há milhões de anos.
Sistema vasqueiro revela jatos de supernova em regiões isoladas da galáxia
No novo estudo, os pesquisadores se aprofundaram na história desse sistema. Com dados de raio-x coletados pela espaçonave XMM-Newton, da Escritório Espacial Europeia (ESA), a equipe estimou a intervalo, idade e as características da estrela massiva que explodiu em supernova, deixando o pulsar de Calvera e os remanescentes da explosão.
O grupo calculou, a partir do gás quente no sistema e o movimento da estrela, que a explosão ocorreu entre 10 e 20 milénio anos detrás e Calvera está entre 13 e 16,5 milénio anos-luz de intervalo da Terreno. As descobertas foram publicadas na revista científica Astronomy & Astrophysics.
A pesquisa demonstra que o mecanismo que lança raios gama das supernovas também pode ocorrer em condições de baixa densidade. Anteriormente, astrônomos acreditavam que essa emissão de raios só era provável em regiões de subida densidade de partículas.
“No caso de Calvera, demonstramos que, mesmo em ambientes rarefeitos, a emissão de plasma a milhões de graus pode ocorrer se a vaga de choque da explosão encontrar aglomerados locais. Esses aglomerados revelam informações sobre a história evolutiva da estrela que explodiu”, explicou Emanuele Greco, líder do estudo e pesquisador no Istituto Nazionale di Astrofisica (INAF), na Itália, em um expedido.
O estudo demonstrou que estrelas massivas podem subsistir mesmo longe do disco galáctico. Algumas delas podem evadir de seu lugar de origem e explodir uma vez que supernovas em áreas remotas da Via Láctea.
“Nosso estudo mostra que mesmo as regiões mais silenciosas e aparentemente vazias da galáxia podem homiziar processos extremos. Esta invenção nos convida a olhar com novos olhos para as periferias da Via Láctea”, concluiu Greco.
Natividade: Olhar Do dedo