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quarta-feira, dezembro 24, 2025

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Unaids diz que combate a desigualdades pode reduzir pandemias

O Parecer Global sobre Desigualdades, Aids e Pandemias lançou a versão em português de seu relatório “Rompendo o ciclo da desigualdade – pandemia – construindo a verdadeira segurança na saúde em uma era global”, durante a 57ª Reunião da Junta de Coordenação do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), na qual será definida a estratégia global para a Aids no quinquênio 2026-2031, que deve ser levada para negociações com os países do Grupo dos 20.

O Brasil preside o juízo do Unaids, dependência das Nações Unidas dedicada à coordenação do combate à epidemia, no que a entidade classifica uma vez que um momento crucial na resposta global à Aids frente a reduções abruptas na assistência internacional, uma vez que as realizadas pelo governo dos Estados Unidos, e que levaram a um recrudescimento nos recursos de financiamento a iniciativas de base ao controle, tratamento e pesquisa da doença.

Escolha política

“A desigualdade não é inevitável. É uma escolha política – e uma escolha perigosa, que ameaço a saúde de todos. Quem se preocupa com o impacto das pandemias precisa se preocupar com a desigualdade. Os líderes podem quebrar esse ciclo aplicando as soluções políticas apresentadas neste relatório”, declarou Monica Geingos, ex-primeira-dama da Namíbia e integrante do juízo.

O documento reforça as evidências de que as desigualdades e determinantes sociais têm grande impacto no desenvolvimento de pandemias. Também evidencia a existência de um ciclo vicioso entre desigualdades e pandemias que se retroalimentam.

Os altos níveis de desigualdade favorecem a ocorrência e a disseminação de surtos e dificultam as respostas nacionais e internacionais, tornando as pandemias mais longas, letais e disruptivas.

Fundamentado em dois anos de pesquisas e encontros realizados em diferentes países, o relatório aponta também que as pandemias ampliam as desigualdades, “alimentando um ciclo perverso que se repetiu em crises uma vez que a da Covid-19, da Aids, do Ebola, da Influenza, da Mpox, entre outras”, aponta o estudo, que indica fatores de risco e ações necessárias para respostas mais eficientes a novos surtos ou novas epidemias.

Nísia Trindade, ex-ministra da Saúde do governo Lula, ex-presidente e pesquisadora da Fiocruz, escreveu num item sobre o tema: “O documento mostra que as desigualdades não são unicamente resultado das crises sanitárias, mas ajudam a torná-las mais frequentes, letais e prolongadas. As evidências reunidas revelam o círculo vicioso: desigualdades internas e globais ampliam a vulnerabilidade das sociedades. E pandemias reforçam essas mesmas desigualdades, dinâmica vista em emergências uma vez que as de Covid-19, HIV/Aids, Ebola, Influenza e Mpox”.

Para Nísia, “ensino, renda, moradia e condições ambientais definem os grupos mais atingidos pelas emergências”. Para a pesquisadora, “pessoas sem ensino básica tiveram verosimilhança até três vezes maior de morrer por Covid-19 do que aquelas com ensino superior. Populações negras, indígenas e residentes em favelas e periferias também registraram taxas mais altas de infecção e de morte”.

Em seu item, Nísia afirma ainda que a desigualdade gerada pelas pandemias atinge poderoso mente as mulheres, mormente as pretas, que enfrentam “perdas de serviço e elevação alarmante da mortalidade materna, que saltou de 57,9 óbitos/100 milénio nascidos vivos em 2019 para 110 em 2021, sendo 194,8 entre mulheres pretas”. 

Vulnerabilidade

Segundo o estudo, níveis elevados de desigualdade, entre países aumentam a vulnerabilidade global e fazem com que pandemias durem mais e causem mais mortes.

Essas pandemias aumentam as desigualdades. Na prática, o risco de morte em pandemias é maior em sociedades mais desiguais, enquanto a subtracção de índices de pobreza é um fator determinante para o aumento da resiliência de comunidades ao progressão de epidemias e pandemias. 

Os últimos cinco anos aprofundaram essas diferenças, principalmente entre países. A pandemia da Covid-19 levou a um momento de concentração de renda e agora, quando começam a chegar às redes de saúde novas tecnologias inovadoras, uma vez que injeções de longa duração para prevenção do HIV, a questão econômica ainda determina seu chegada e divulgação.

O estudo também reforçou a desfecho de pesquisas das últimas décadas de que quanto mais se morosidade para combater pandemias, maior o impacto delas no desenvolvimento.

Segundo o relatório, uma vez que as pandemias aumentam a desigualdade e enfraquecem a capacidade global de resposta, a persistência de doenças uma vez que a Aids, a malária e a tuberculose figura entre as maiores ameaças.

Desigualdades

Para o Parecer Global sobre Desigualdades, Aids e Pandemias, há evidências nítidas de que esse ciclo pode ser interrompido e é necessária uma novidade abordagem para a segurança sanitária global, capaz de quebrar esse padrão por meio de ações práticas e factíveis, tanto no contextura vernáculo quanto internacional. 

Fita vermelha é o símbolo universal da conscientização, base e solidariedade às pessoas que vivem com HIV/Aids. Foto: MS/Divulgação

“Precisamos agir juntos contra as desigualdades, as quais tornam as pandemias mais prováveis, letais e custosas. Políticas de proteção social e sistemas de saúde resilientes são fundamentais para a preparação e a resposta. Prometer que medicamentos e vacinas possam ser desenvolvidos e produzidos em todo o mundo, em uma perspectiva regional e sítio é outro vista vital para a saúde global.”, declarou um perito.

Uma vez que caminho para a melhoria e estabelecimento de uma situação de segurança sanitária melhor, o juízo propõe quatro recomendações, baseadas em uma abordagem chamada de Prevenção, Preparação e Resposta (PPR).

São elas: reorganizar o sistema financeiro, renegociando dívidas e repensando as linhas e instituições de financiamento de emergência, além de repensar e expelir políticas de austeridade pró-cíclicas; investir na prevenção a determinantes sociais das pandemias, através de mecanismos de proteção social; fortalecer a produção sítio e regional e produzir novidade governança em pesquisa e desenvolvimento, além de prometer que o compartilhamento de tecnologias seja tratado uma vez que um muito público necessário ao enfrentamento de pandemias; e por último, erigir maior crédito, isenção e eficiência na resposta às pandemias, através de redes de governança multissetorial entre a sociedade social e governos.

O item de Nísia Trindade vai no mesmo caminho em relação à segurança sanitária. Ele escreve que é necessário preparar o país e o mundo “para emergências futuras, o que exige sistemas de saúde resilientes, gestão qualificada e investimentos contínuos em políticas sociais, ciência, tecnologia e inovação”. Ela acrescenta também que é preciso fortalecer a produção sítio e regional de vacinas, fazer testes diagnósticos, usar medicamentos e outros insumos.

Mas Nísia reforça que uma das principais recomendações do relatório da Unaids é combater dificuldades financeiras globais com “propostas uma vez que renegociação de dívidas de países vulneráveis e mecanismos automáticos de financiamento de emergências, evitando políticas de austeridade que comprimem gastos sociais”.

Manadeira: Sucursal Brasil

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