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sexta-feira, novembro 7, 2025

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Universo pode estar pisando no freio, diz novo estudo

Um estudo liderado por astrônomos da Universidade Yonsei, na Coreia do Sul, publicado leste mês no periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, propõe que a expansão do Universo pode já ter entrado em uma tempo de desaceleração – o que contraria a visão dominante de que ela segue acelerando sob a ação da chamada virilidade escura.

A desenlace resulta de uma revisão profunda do fulgor de supernovas do tipo Ia, padrão usado há décadas para medir distâncias cósmicas, e pode reabrir o debate sobre a natureza da virilidade escura e a chamada “tensão de Hubble”.

Representação artística do Universo em expansão. Crédito: Anshuman Rath – Shutterstock

Desaceleração do Universo e virilidade escura: o que muda

  • Reanálise de supernovas sugere que a aceleração atual do Universo pode não estar acontecendo;
  • Correção por idade das estrelas progenitoras altera o fulgor “padrão” das supernovas;
  • Dados ajustados se alinham melhor a modelos em que a virilidade escura evolui ao longo do tempo;
  • Combinação com medidas de “ecos” do Big Bang reforça o cenário de desaceleração;
  • Próximos levantamentos prometem testes mais robustos e independentes.

Novidade proposta confronta protótipo padrão do Universo

Por mais de duas décadas, a teoria de um Universo em aceleração ganhou força com base nas supernovas do tipo Ia, consideradas “velas padrão”. O novo trabalho, no entanto, sugere que essas explosões não são tão padronizadas quanto se imaginava. A idade das estrelas que dão origem a essas supernovas influencia sutilmente seu fulgor: em populações estelares mais jovens, elas parecem mais fracas; em populações mais antigas, mais brilhantes, mesmo posteriormente a padronização convencional.

Ao emendar esse viés de idade em uma exemplar ampla de galáxias hospedeiras, os pesquisadores notaram que os dados de supernovas deixam de se ajustar confortavelmente ao protótipo cosmológico ΛCDM com uma estável cosmológica invariável. 

Em vez disso, passam a concordar melhor com cenários favorecidos por resultados recentes do projeto Instrumento Espectroscópico de Força Escura (DESI), que se apoiam em oscilações acústicas de bárions (BAO) – “ecos” da expansão primordial – e na radiação cósmica de fundo em micro-ondas, o fulgor residual do Big Bang. Em um enviado, os autores explicam que, juntos, esses conjuntos de dados sugerem uma virilidade escura que enfraquece e evolui ao longo do tempo.

O DESI é um instrumento de última geração que mapeia objetos distantes para estudar a virilidade escura. Crédito: Marilyn Sargent/Berkeley Lab

“Nosso estudo mostra que o Universo já entrou em uma tempo de expansão desacelerada na idade atual e que a virilidade escura evolui com o tempo muito mais rapidamente do que se pensava anteriormente”, diz o professor Young-Wook Lee, responsável principal. “Se esses resultados forem confirmados, isso representará uma grande mudança de paradigma na cosmologia desde a invenção da virilidade escura, há 27 anos.”

Os pesquisadores lembram que análises recentes do DESI combinaram supernovas não corrigidas com medidas de BAO e apontaram uma desaceleração unicamente no porvir distante. A equipe de Yonsei, ao utilizar a correção de idade, chega a uma leitura dissemelhante: a desaceleração já teria começado. “Em contraste, nossa estudo, que aplica a correção do viés de idade, mostra que o Universo já entrou em uma tempo de desaceleração hoje”, afirma Lee.

Leia mais:

Invenção reinterpreta o papel da virilidade escura 

Para fortalecer a evidência, os cientistas conduzem um “teste livre de evolução”, focado unicamente em supernovas de galáxias jovens e coevas (da mesma idade) ao longo de toda a filete de distâncias. Os primeiros resultados, segundo eles, reforçam a principal desenlace. 

A próxima geração de observações promete apressar a checagem. “Nos próximos cinco anos, com o Observatório Vera C. Rubin descobrindo mais de 20 milénio novas galáxias hospedeiras de supernovas, medições precisas de idade permitirão um teste muito mais robusto e definitivo da cosmologia das supernovas”, afirma o pesquisador Chul Chung, um dos líderes do estudo.

Observatório Vera C. Rubin, recém-inaugurado no Chile. Crédito: RubinObs/NOIRLab/SLAC/NSF/DOE/AURA

Se confirmada, a hipótese de que a expansão já desacelera mexe em peças centrais da cosmologia contemporânea. Ela reinterpreta o papel da virilidade escura – possivelmente variável no tempo – e oferece um novo ângulo para a tensão de Hubble, o descompasso entre diferentes maneiras de medir a taxa de expansão do cosmos. 

Na prática, esse progresso metodológico também transborda para outras áreas: técnicas de calibração fina, sensores mais precisos e estudo de dados em grande graduação tendem a repercutir em campos porquê imagem científica, satélites e até diagnósticos médicos. Ao ampliar nosso entendimento do Universo, a pesquisa também oferece perspectiva e siso de lugar – um pouco que, em última instância, influencia escolhas coletivas, políticas de ciência e bem-estar social.


Nascente: Olhar Do dedo

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