25 C
Lauro de Freitas
sábado, novembro 8, 2025

Buy now

Urano e Netuno podem não ser “gigantes de gelo”

Urano e Netuno – há muito conhecidos porquê os “gigantes de gelo” devido a modelos que sugeriam uma elaboração interna dominada por misturas congeladas de chuva e amônia – podem estar prestes a mudar de sobrenome. 

Uma pesquisa aceita para publicação pela revista Astronomy and Astrophysics e disponível no servidor de pré-impressão arXiv propõe uma reviravolta: esses planetas distantes seriam, na verdade, “gigantes rochosos”, desafiando décadas de compreensão sobre a formação do Sistema Solar e abrindo novas frentes de investigação para a exploração espacial.

Uma imagem composta de Urano (à esquerda) e Netuno obtida a partir de observações do Telescópio Espacial Hubble. Créditos: NASA, ESA, Mark Showalter (Instituto SETI), Amy Simon (NASA-GSFC), Michael H. Wong (UC Berkeley), Andrew I. Hsu (UC Berkeley)

Entenda a novidade classificação de Urano e Netuno

Modelos anteriores classificavam Urano e Netuno porquê “gigantes de gelo”, supondo grande segmento de sua tamanho composta por chuva e amônia congeladas. O novo estudo empregou uma metodologia dissemelhante, gerando uma série de modelos aleatórios para o interno dos planetas e comparando-os com dados observacionais.

Os resultados surpreendentes indicam que Urano e Netuno podem sustar uma proporção significativamente maior de rocha do que se pensava, talvez superando até mesmo a quantidade de rocha presente em Júpiter e Saturno, apesar de serem planetas menores que os gigantes gasosos.

Essa invenção questiona os modelos atuais de formação planetária, exigindo explicações sobre porquê tanto material rochoso pôde se aglomerar no Sistema Solar extrínseco. Para confirmar essas novas hipóteses e desvendar completamente a verdadeira natureza desses mundos, serão necessárias futuras missões espaciais dedicadas.

À esquerda, uma imagem colorida aprimorada de Netuno obtida pelo Telescópio Espacial Hubble, da NASA. À direita, essa imagem é combinada com dados do Telescópio Espacial James Webb, também da NASA. As manchas ciano, que representam a atividade auroral, e as nuvens brancas são dados do Espectrógrafo de Infravermelho Próximo (NIRSpec) do Webb, sobrepostos à imagem completa do planeta obtida pela Câmera de Campo Vasto 3 do Hubble. Créitos: NASA, ESA, CSA, STScI, Heidi Hammel (AURA), Henrik Melin (Universidade de Northumbria), Leigh Fletcher (Universidade de Leicester), Stefanie Milam (NASA-GSFC)

Mistério dos gigantes distantes: novidade abordagem científica

A falta de dados diretos é um dos maiores desafios para entender Urano e Netuno. Diferentemente de Saturno e Júpiter, que foram visitados por missões porquê Cassini e Juno, esses planetas mais afastados só receberam a visitante da sonda Voyager 2, há mais de 30 anos. 

Por isso, nossa compreensão de seus interiores tem se fundamentado em pistas indiretas, porquê a estudo de seus campos magnéticos, observações atmosféricas e as sutis variações nas órbitas de suas luas.

Única espaçonave que sobrevoou Neturno e Urano foi a sonda Voyager 2, da NASA, há mais de 30 anos. Crédito: Claudio Caridi / Shutterstock

Durante muito tempo, a teoria prevalente ditava que os planetas externos eram ricos em moléculas de chuva e gelo de amônia. Assim, era oriundo inferir que Urano e Netuno, seguindo essa lógica de formação do Sistema Solar, seriam majoritariamente compostos por esses elementos, justificando o sobrenome de “gigantes de gelo”. 

A novidade pesquisa adota uma perspectiva inédita. Em vez de partir de premissas sobre a elaboração interna, os cientistas criaram uma vasta gama de modelos aleatórios para o interno de Urano e Netuno. Em seguida, eles compararam esses modelos com os dados observacionais existentes, construindo um banco de dados de todas as configurações internas que seriam compatíveis com o que podemos observar.

Os resultados confirmaram algumas expectativas. Cada planeta, por exemplo, tem menos de um quarto de sua tamanho composta por hidrogênio e hélio, o que se alinha com as previsões de formação planetária e as densidades observadas. Os modelos também geraram camadas de material eletricamente condutor, o que pode explicar os complexos campos magnéticos de ambos os planetas. A grande surpresa, no entanto, foi a enorme versatilidade na proporção de rocha para chuva.

Para Urano, essa proporção pode ir de um mínimo de 0,04 – indicando um planeta quase totalmente aquático – até um supremo de 3,92, sugerindo que rochas dominam a elaboração interna. Netuno, embora um pouco mais percebido, ainda apresenta uma ampla margem: pode ter cinco vezes mais chuva do que rocha ou o duplo de rocha do que chuva. 

Leia mais:

Conforme evidenciado pelo site Space.com, caso essa hipótese seja confirmada, ela representaria um duelo significativo para os modelos atuais de formação do Sistema Solar. Os cientistas teriam que explicar porquê uma quantidade tão suculento de material rochoso conseguiu chegar ao Sistema Solar extrínseco e se apinhar o suficiente para formar planetas tão grandes. 

Somente uma missão espacial dedicada, com sondas em trajectória capazes de coletar dados de subida qualidade e fornecer informações mais precisas sobre a elaboração interna, poderá resolver esses enigmas e nos dar uma imagem clara da verdadeira natureza de Urano e Netuno.

Imagem de Netuno registrada pela Câmera de Infravermelho Próximo (NIRCam) do Telescópio Espacial James Webb em 12 de julho de 2022 mostra os anéis do planeta em foco totalidade pela primeira vez em mais de três décadas. Crédito: NASA, ESA, CSA e STScI

Reclassificação vai além da simples mudança de nome

A potencial reclassificação de Urano e Netuno de “gigantes de gelo” para “gigantes rochosos” não é exclusivamente uma mudança de nome, mas uma revolução em nossa compreensão da arquitetura do Sistema Solar. Isso tem implicações práticas profundas, pois direcionaria futuras missões espaciais para priorizar o estudo desses mundos misteriosos, buscando dados que possam reescrever os livros didáticos de astronomia. 

Entender a verdadeira elaboração desses planetas é crucial para desvendar os mecanismos de formação planetária e, por extensão, a maneira porquê os sistemas planetários, incluindo o nosso, se desenvolvem em todo o Universo.


Nascente: Olhar Do dedo

Related Articles

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Stay Connected

0FansLike
0FollowersFollow
0SubscribersSubscribe
- Advertisement -

Latest Articles